quinta-feira, 14 de junho de 2012

Preocupação

Invejo as pessoas que não se preocupam. Sem hipocrisia, não se trata de inveja branca. Apenas invejo e penso que se pudesse mudar uma única coisa em mim, só uma, entre tantas que preciso consertar, mudaria isso: queria não me preocupar.
Não me preocupar com horários – a ponto de deixar dois despertadores na cabeceira da cama, mesmo sabendo que a ansiedade me fará acordar antes de ambos tocarem. Não me preocupar com coisas banais como será que tem pão pro café da manhã?, nem com coisas sérias como trabalho, prazos e entregas. Não me preocupar com coisas banais como será que vai fazer sol para secar minhas roupas?, nem com coisas sérias como dinheiro, carreira, contas e futuro.
As pessoas que não se preocupam também pensam em futuro, oras bolas. Mas pensam diferente de mim. Para elas o futuro é uma caixinha de surpresas (boas), para mim o futuro é uma enorme página em branco. Cabe a mim escrevê-las e o processo começa a cada instante.
Por outro lado, meu conforto é saber que a minha preocupação pode até me causar insônia, cansaço; mas também é a grande responsável por aquelas pequenas coisas cotidianas que sempre dão certo no final.