segunda-feira, 27 de junho de 2011

ESTÁ GÉLIDO O AR DO TEMPO


Está gélido o ar do tempo. Os corpos estão frios e os olhos lacrimejantes não amansam no sibilar da aragem com voz de neve. Não há calor envolvente que nos sopre murmúrios gentis aos ouvidos, e as lembranças mimosas que adoçam o coração congelam na invernia de um tempo cortante que não apetece abraçar. Não há ilusão que resista ao tiritar incontrolável que nos tolhe as palavras e oferece silêncios nesta temperatura sem encanto e sem brandura. Continua gélido o ar do tempo que toma formas quando falamos, e que saem do peito contraído ao ritmo de cada respiração. Gostava de vencer este cinzento úmido, sem brilho. Sem envolvência. Há uma ansiedade que desinquieta, há uma necessidade de procurar calor que provoque vertigem e que leve ao entusiasmo. Há demasiada quietude melancólica, fria, trêmula, desconfortável. Vou procurar dos teus braços onde não existe nem frio, nem nevoeiro, nem sussurros de vento. Perfeito.

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